quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Fichamento: O Culto do Amador - Andrew Keen


Sobre o autor:




Andrew Keen é um escritor britânico-americano nascido em Londres, crítico da Web 2.0. É formado em História pela London University e fez Pós-Graduação em Ciência Política na Universidade de Berkeley. Além de O Culto do Amador (2007), é autor de Vertigem Digital (2012).

Destaques do texto:





“Com a diferença de que em nosso mundo Web 2.0 as máquinas de escrever não são mais máquinas de escrever, e sim computadores pessoais conectados em rede, e os macacos não são exatamente macacos, mas usuários da Internet. E em vez de criarem obras-primas, esses milhões e milhões de macacos exuberantes – muitos sem mais talento nas artes criativas que nossos primos primatas – estão criando uma interminável floresta de mediocridade.”

“A lógica do mecanismo de busca, que os tecnólogos chamam de algoritmo, reflete a “sabedoria” das massas. Em outras palavras, quanto mais pessoas clicam num link resultante de uma busca, mais provável esse link aparecer em buscas subsequentes. O mecanismo de busca é uma união dos 90 mi de perguntas que fazemos coletivamente ao Google todo dia; em outras palavras, ele só nos diz o que já sabemos.”

“Diga adeus aos especialistas e guardiões da cultura de hoje – nossos repórteres, âncoras, editores, gravadoras e estúdios de Hollywood. No atual culto do amador, os macacos é que dirigem o espetáculo. Com suas infinitas máquinas de escrever, estão escrevendo o futuro. E talvez não gostemos do que ele nos reserva.”

“Eu nunca me dera conta de que a democracia tinha tantas possibilidades, tanto potencial revolucionário. Mídia, informação, conhecimento, conteúdo, público, autor — tudo iria ser democratizado pela Web 2.0. A Internet ia democratizar a grande mídia, as grandes empresas, o grande governo.”

“Eu chamo isso de a grande sedução. A revolução da Web 2.0 disseminou a  promessa de levar mais verdade a mais  pessoas — mais profundidade de informação, perspectiva global, opinião imparcial fornecida por observadores desapaixonados. Porém, tudo isso é uma cortina de fumaça.”

“Num mundo com cada vez menos editores ou revisores profissionais, como vamos saber o que acreditar e em quem acreditar? Como grande parte do conteúdo gerado pelo usuário é publicado anonimamente ou sob um pseudônimo, ninguém sabe quem é o verdadeiro autor da maior parte do conteúdo autogerado.”

“Nossas atitudes com relação a “autoria” também estão passando por uma mudança radical, como resultado da cultura democratizada da Internet de hoje. Em um mundo no qual plateia e autor são cada vez mais indistinguíveis, e onde a autenticidade é quase impossível de ser verificada, a ideia original de autoria e propriedade intelectual tem sido seriamente comprometida.”

“No admirável mundo novo de Anderson, haverá espaço infinito nas prateleiras para produtos infinitos, dando a todos escolhas infinitas. A Cauda Longa praticamente redefine a palavra “economia”, deslocando-a da ciência da escassez para a ciência da abundância, um mercado promissor e infinito no qual “ciclamos” e reciclamos nossa produção cultural para o conteúdo de nossos corações.”

“Mas mesmo que se aceitem os duvidosos argumentos econômicos de Anderson, a teoria tem um furo gritante. Anderson assume que o talento bruto é tão infinito quanto o espaço de prateleira na Amazon ou no eBay. Mas embora possa haver máquinas de escrever infinitas, há uma escassez de talento, competência, experiência e domínio em qualquer área. Encontrar e promover o verdadeiro talento em um mar de amadores pode ser o verdadeiro desafio da Web 2.0.”

“Na era da autopublicação, ninguém sabe se você é um cão, um macaco ou o coelhinho da Páscoa. Todo mundo está tão ocupado se autodifundindo (egocasting), imerso demais na luta darwiniana pela compartilhamento da mente, para dar ouvido ao outro.”



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